Reunião do Incont em 01 de novembro de 2017

Reunião do Incont em 01 de novembro de 2017

No dia 01 de novembro de 2017, realizamos uma reunião do Grupo Incont para discutir os preparativos para o Webinário “10 anos da Lei 11.638”, promovido pelo Incont e que será realizado no dia 14 de novembro de 2017, e também o projeto de pesquisa do Prof. Ricardo Luiz Menezes da Silva, do Departamento de Contabilidade da FEA-RP/USP.
O Prof. Ricardo trouxe para discussão um projeto na área de ativos biológicos, concentrado em cana de açúcar, dada a importância econômica da atividade e a capacidade de acesso aos dados na região de Ribeirão Preto.
O Prof. Ricardo relata que há falta de confiança dos investidores nas informações sobre ativos biológicos a valor justo sem mercado ativo, em função da elevada subjetividade, porque eles querem uma informação que permita uma estimativa mais precisa dos fluxos de caixa futuros.
Com isso, a proposta inicial do projeto foi a de estruturar um modelo que permita uma projeção de fluxos de caixa e consequentemente uma avaliação do valor justo que possa otimizar a confiabilidade da informação, dada a possibilidade de escolha discricionária de dados e premissas por parte dos gestores.
Na discussão realizada no grupo Incont, foi levantada uma série de questões a respeito da capacidade de inovação do projeto e utilidade, que está em âmbito de pesquisa tecnológica. Foi observado nas discussões que há muitos dados e premissas que poderiam ser utilizados, desde dados sobre produção e preços de açúcar, álcool e cana de açúcar, além de estimativas técnicas de quantidades e também de taxas de juros para desconto do fluxo de caixa, que dificultam assegurar ou otimizar a confiabilidade da informação. Somam-se a isso aspectos relacionados às estruturas de coordenação da cadeia de produção, haja vista a variedade de contratos que são realizados para o fornecimento de cana de açúcar, desde a produção própria da usina, passando por contratos de arrendamento, parceria, fornecimento e aquisições no mercado spot, o que afeta a precificação base da cana de açúcar na modelagem do fluxo de caixa.
O grupo também observou que a elaboração de um modelo pode ter alcance limitado no cenário atual, visto que apenas as companhias abertas do setor, que são poucas, teriam impacto nessa avaliação, pois apenas elas são obrigadas a fazer divulgação trimestral. As demais fazem divulgação anual e ao final da safra, quando a cana de açúcar em produção já foi colhida.
Sendo assim, o grupo observou que a pesquisa poderia ser direcionada para questionar a mensuração a valor justo da produção em crescimento e até mesmo do produto agrícola no momento da colheita nas situações em que há integração vertical na cadeia, tendo em vista a subjetividade na avaliação dos fluxos de caixa para mensuração do valor justo e os seus efeitos práticos na divulgação das demonstrações financeiras. Esse direcionamento pode trazer contribuições para o desenvolvimento da norma contábil IFRS sobre ativos biológicos no futuro.

 

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